
Da Redação
Manaus/AM - O número de casos do novo coronavírus nos municípios do interior do Amazonas superaram, pela primeira vez, os registros de Manaus, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), divulgado nesta terça-feira (19). Ao todo, o estado registra 22.132 casos de Covid-19, com 1.491mortes.
De acordo com o boletim, dos 22.132 casos confirmados no Amazonas, 11.051 são de Manaus (49,93%) e 11.081 do interior do estado (50,07%). Os municípios do interior registram, agora, 30 casos a mais do que a capital.
Nesta terça (19), 14 cidades do Amazonas estavam entre as 20 cidades com maior incidência de casos do novo coronavírus no Brasil. No coeficiente de incidência nas cidades brasileiras, Santo Antônio do Içá aparece em primeiro, seguida de Itapiranda, Manacapuru, Amaturá e Tefé.
Dez cidades do estado estão entre os maiores índices de mortalidade por Covid-19, segundo um levantamento feito pelo G1, junto às secretarias estaduais de saúde, e atualizados diariamente. Os dados levam em consideração os casos e mortes por 100 mil habitantes e considera somente as cidades com mais de 30 casos confirmados, conforme critério da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A situação do avanço da doença para o interior preocupa já que nessas cidades não há UTI para tratamento da doença. Em algumas cidades do interior, há unidades de cuidados intermediários, mas são apenas 70 leitos no total e nenhum de alta complexidade. Assim, todos os pacientes mais graves precisam ser transferidos para Manaus.
Das 62 cidades do Amazonas, 59 têm casos confirmados da doença:
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Manacapuru (1.540);
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Tefé (847);
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Coari (750);
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Parintins (706);
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Tabatinga (549);
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Santo Antônio do Içá (469);
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Itacoatiara (421);
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Careiro Castanho (415);
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São Gabriel da Cachoeira (397);
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Rio Preto da Eva (352);
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Iranduba (347);
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Maués (304);
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São Paulo de Olivença (303);
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Autazes (300);
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Presidente Figueiredo (263);
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Benjamin Constant (232);
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Boca do Acre (220);
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Tapauá (175);
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Amaturá (174);
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Itapiranga (169);
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Carauari (158);
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Anori (150);
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Barcelos (131);
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Borba (127);
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Tonantins (122);
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Fonte Boa (117);
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Barreirinha (111);
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Beruri (108);
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Urucará (107);
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Silves (81);
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Manaquiri (80);
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Novo Airão (73);
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Anamã (66);
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Novo Aripuanã (63);
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Maraã (59);
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Jutaí (58);
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Nova Olinda do Norte (56);
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Boa Vista do Ramos(44);
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Caapiranga (43);
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Eirunepé (43);
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Careiro da Várzea (41);
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Urucurituba (39);
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Lábrea (34);
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Manicoré (31);
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Nhamundá (31);
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Canutama (25);
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Humaitá (25);
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Codajás (21);
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Apuí (19);
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São Sebastião do Uatumã (18);
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Alvarães (16);
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Guajará (12);
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Japurá (11);
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Santa Isabel do Rio Negro (7);
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Uarini (7);
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Pauini (5);
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Atalaia do Norte (4);
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Juruá (3);
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Itamarati (2).
Um estudo do Centro de Ciências do Ambiente da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) apontava tendência mais acelerada de contaminação e mortes pela Covid-19 no interior em relação à capital.
A projeção era que, em aproximadamente 12 dias desde a publicação da pesquisa, no dia 8 de maio, o total de casos e mortes registradas no interior superasse o de Manaus, conforme o professor Henrique dos Santos Pereira, coordenador do projeto Atlas ODS Amazonas da Ufam.
"Nós fizemos uma grande comparação que foi olhar a curva de novos casos acumulados em Manaus, a curva de cada município [Tabela A] e, na outra análise [Tabela B], nós agrupamos os dados do interior, com o intuito de verificar os casos da projeção de pessoas que adoecem e precisaram vir para Manaus, para o tratamento", segundo Pereira.
Isolamento e lockdown
As medidas de isolamento social continuam sendo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), como a principal forma de prevenção à Covid-19. No primeiro mês de quarentena no Amazonas, de acordo com um levantamento da empresa InLoco, apenas 52,2% da população respeitou a recomendação de isolamento social como prevenção ao novo coronavírus. Em maio, há uma queda no cumprimento da medida, chegando ao índice de 44%.
Um decreto do Governo do Amazonas manteve suspenso, até o dia 13 de maio, o atendimento público em serviços não essenciais.
No interior, os municípios de Tefé, Silves, Barreirinha, Novo Airão e São Gabriel da Cachoeira adotaram o “lockdown” - que representa o bloqueio total de circulação de pessoas nas cidades. É uma ação mais restritiva que o isolamento social.
Fonte: G1 Amazonas