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Busca no Google define professora como prostituta

Busca no Google define professora como prostituta Notícia do dia 22/10/2019

 Ao pesquisar por "professora significado", o internauta se depara com "prostituta com quem adolescentes iniciam a vida sexual"

O Google, por meio de sua ferramenta de dicionário, está definindo o termo professora como “prostituta com quem adolescentes se iniciam na vida sexual”, classificada como um “brasileirismo”.


Como primeiro significado, aparece a definição “mulher que ensina ou exerce o professorado”. Logo em seguida, aparece a definição polêmica.
Em nota oficial, o Google afirma que trabalha com dicionários parceiros e que os resultados das buscas são definições fornecidas por eles e que a empresa de busca não tem poder de edição.


“Quando as pessoas pesquisam por definições de palavras na Busca, frequentemente, elas desejam informações de maneira rápida. Por isso, trabalhamos para licenciar conteúdos de dicionários parceiros, que são exibidos diretamente na Busca. Os resultados incluem usos coloquiais que podem causar surpresa, mas não temos controle editorial sobre as definições fornecidas por nossos parceiros que são os especialistas em linguagem. Reconhecemos a preocupação neste caso e vamos transmiti-la aos responsáveis pelo conteúdo”, diz a nota.
Dicionários como Houaiss, Michaelis e Aurélio apresentam a mesma definição para o termo “professora”.


Em nota enviada à CLAUDIA, a assessoria de imprensa da Editora Positivo, responsável pela publicação do dicionário Aurélio, afirma que é seu dever “apresentar o maior número possível de significados para um termo” e que a definição atribuída ao termo “professora” “refere-se a um regionalismo, ou seja, a aplicação dessa palavra em um contexto regional brasileiro”, mas reitera que na edição Mini Aurélio, indicado para crianças e jovens, o verbete tem apenas o significado de “mestra”.
Leia, abaixo, a nota na íntegra:
“Em relação aos debates referentes ao verbete “Professora”, é necessário frisar que inserir um regionalismo como uma das acepções possíveis para uma palavra é ação natural de um dicionário, que deve apresentar o maior número possível de significados para um termo. Esse fato é ainda mais evidente quando se fala de uma obra que tem como uma de suas principais características registrar, por meio de verbetes, a cultura regional de um país tão vasto quanto o Brasil. Só no Aurélio 5ª edição, há cerca de 9.000 brasileirismos. Todas essas palavras fazem parte da Língua Portuguesa que, a exemplo de qualquer língua, é viva e tem inúmeras nuances.
No Aurélio 5ª edição, a primeira acepção do verbete “professora” é “Mulher que ensina ou exerce o professorado, mestra. ”, principal uso da palavra na Língua Portuguesa. A segunda acepção refere-se a um regionalismo, ou seja, a aplicação dessa palavra em um contexto regional brasileiro. Para que o regionalismo fique claro, em todos os verbetes com esse tipo de acepção, há uma informação anterior indicando o regionalismo.
Quanto ao público-alvo da obra, é importante destacar que a obra Aurélio 5ª edição está indicada para um público que pode acessar palavras como essas. No Míni Aurélio 8ª edição, indicado para crianças e jovens, o verbete “professora” tem apenas uma acepção: “mestra”.”
A equipe de CLAUDIA também entrou em contato com a assessoria de imprensa da Editora Melhoramentos, responsável pela publicação do dicionário Michaelis, mas ainda não obteve uma resposta do lexicógrafo. A reportagem ainda contatou o Instituto Antônio Houaiss, responsável pelo dicionário Houaiss, mas não obteve retorno.

Fonte: Site Claudia.Abril