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Presos na segunda fase da Operação Sangria têm prisão prorrogada por mais cinco dias, diz Seap

Prazo encerrava nesta segunda-feira (12). Ex-secretários da Saúde estão entre cinco presos da operação que apura desvio de dinheiro público na pandemia

Presos na segunda fase da Operação Sangria têm prisão prorrogada por mais cinco dias, diz Seap Foto: Reprodução/Internet Notícia do dia 13/10/2020

Da Redação

Manaus/AM - Os cinco presos na segunda fase da Operação Sangria tiveram as prisões temporárias prorrogadas por mais cinco dias. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que foi notificada nesta segunda-feira (12). Eles foram presos na quinta-feira (8) e o prazo inicial dos mandados se encerrava nesta segunda.

 

São alvos da decisão o ex-secretário de Saúde do estado, Rodrigo Tobias; a ex-secretária executiva da pasta, Dayana Mejia; o engenheiro clínico Ronald Gonçalo Caldas Santos; o marido da ex-secretária de Comunicação do estado, Luiz Carlos de Avelino Júnior; e Gutemberg Leão Alencar, apontado como "homem de confiança" do governador.

 

Segundo a Seap, o ex-secretário de Saúde do estado, Rodrigo Tobias, o engenheiro clínico Ronaldo Gonçalo Caldas Dantas Santos, e o marido da ex-secretária de Comunicação do estado, Luiz Avelino Junior, estão presos no Centro de Detenção Provisória Masculino 2 (CDPM2).

 

Ainda conforme a Secretaria, Gutemberg Alencar, apontado como "homem de confiança" do governador, está preso no Batalhão de Choque e Dayana Mejia de Sousa, ex-secretária executiva da Saúde, está presa no Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF).

 

O vice-governador do estado, Carlos Almeida (PTB), também foi um dos alvos da operação. Ele teve mandados de busca e apreensão autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), por conta do foro privilegiado.

 

Linhas de investigação

Segundo investigação dos procuradores do Ministério Público Federal (MPF), que motivou a decisão da Justiça sobre a apreensão no gabinete de Carlos Almeida é que ele tinha grande influência na gestão da Secretaria de Saúde, onde atuou durante os três primeiros meses de governo.

 

As provas apontam, ainda, que a cúpula da Secretaria de Saúde se reportava frequentemente ao vice-governador para tratar de contratos da área de saúde, inclusive sobre pagamentos.

 

Na investigação, o MPF afirmou que ficou clara a participação de Luiz Avelino Júnior, marido da ex-secretária de Comunicação do Governo, Daniela Assayag, na compra de respiradores, transação feita entre o Governo do Estado e uma loja de vinhos. No dia 1º de julho, a então secretária afirmou que o marido tinha desfeito o negócio da compra da empresa e que ele não sabia das possíveis irregularidade.

 

No entanto, no pedido de prisão de Avelino, consta inclusive que ele teria usado parte do dinheiro da venda dos ventiladores para adquirir 10 mil lotes de testes rápidos da Covid-19. Os investigadores também relataram como curiosos os encontros do vice-governador em um escritório de advocacia, que seria um dos representantes de um grupo de serviços médicos, que recebeu, desde o início do ano, R$ 27 milhões em contratos com o Governo do Estado.

 

O MPF relatou, ainda, que as pessoas que entravam no prédio, saíam com bolsas, maletas ou mochilas. Os procuradores também não descartaram a possibilidade de novas etapas da operação que, na primeira, mirou o governador Wison Lima, que foi alvo de foi alvo de buscas e bloqueio de bens.