
Da Redação
O jornalismo parintinense sempre teve a sua marca popular, dando voz aos que mais necessitavam ser ouvidos, seja no rádio, tv ou internet. A informação é levada de forma espontânea, de casa em casa, a cada esquina, a cada comércio. A notícia jornalística sempre esteve presente na vida do parintinense.
Muitos jornalistas passaram e deixaram sua marca. Alguns polêmicos, outros nem tanto, todos com algo em comum, o faro pela notícia. De Fred Góes à Floriano Lins, de Carlos Alexandre à Márcio Costa, de Hudson Lima à Judson Lima, de Emiliana Monteiro à Graciane Marinho, de Jonas Santos à Armando Carvalho, de Neuton Corrêa à Tadeu de Souza - o mestre do Jornalismo de comunidade, da informação popular.
Influenciador e referência para muitos jornalistas formados ou em formação, Tadeu tinha sua maneira única de trabalhar, bem diferente de muitos que estão na área. Apesar de ter iniciado em jornal de bancada, Tadeu era apaixonado pelo jornalismo de comunidade, ouvindo o clamor da população, a dona de casa que lhe assistia e queria apenas um “beijo” do cinegrafista Iziel Pimentel, no programa Agora Parintins.
Foto: Arquivo
As vertentes de Tadeu eram sempre a verdade e a alegria, mesmo noticiando informações tristes. O jornalista jamais deixava de fazer seu trabalho com alegria.
O jornalismo em Parintins sempre enfrentou diversas dificuldades, mas não pela população, mas por seletos grupos de pessoas do poder que incomodam-se com a informação. O jornalista Felipe Pena já diria em um de seus livros que “a natureza do jornalismo está no medo. O medo do desconhecido, que leva o homem a querer exatamente o contrário, ou seja, conhecer. O jornalista enfrenta o medo para levar a informação precisa aos que mais precisam saber".
Tadeu era um desses, que enfrentava os gigantes para levar a informação verdadeira. Não foi a toa que em 1998 sofreu um atentado à mando do filho do prefeito do município na época.
Sem papas na língua, o comunicador incomodou e agradou muita gente, com seu jeito espontâneo e popular. No dia 06 de agosto de 2019 sua voz se calou, deixando um espaço vago na comunicação parintinense, nos bairros da cidade que sempre tiveram sua presença.
A voz do jornalismo sempre irá ecoar pelos 4 cantos, não importa a sua ideologia, pensamento ou opinião, a notícia não tem cara, cor, idade, sexo ou religião. O jornalista vai ser sempre o porta-voz do povo.
Cayo Dias
Jornalista em formação pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam)
Repórter e Editor do Blog Tadeu de Souza